terça-feira, novembro 14, 2006

Ô Caboco





Ô caboco, ô caboco,
Se tu tem o teu amô
Pede a Deus que te escute
E que mande uma fulô

Tu vem cantano chocalho
Co coité quedo e chicote
Ca lança cortano a cana
Cortano a cana cum corte

Teu retalho colorido
Faz o rosto como um beijo
Um arco-íris no mato
No arrebol do desejo

Tu corre solto na brenha
Medonho peto e mourão
Vai ligeiro bem loguinho
Vai danado pra Nação

Ô caboco, ô caboco,
Diz quem foi que te beijô
Na boca tu tem um cravo
Quem te deu essa fulô?

Aquela que te beijô
Se loura índia morena
Talvez num fosse papoula
Talvez num fosse açucena

O que foi que deu em tu
Pra ficá assim mofino?
Os teu zóio tão tremeno
Que nem fogo de traquino

Se tu tem um coração
Cheinho de amô pra dá
Pede a Deus que te escute
E mande um pra vim pra cá

Ô caboco, ô caboco,
Quem foi que deu esse amô?
Donde veio esse teu beijo
Que tu chama de fulô?

O teu cravo todo branco
Teu amô num talo só
Vê se deixa de muxoxo
E veve bem mais mió

Mas se dele tu tem falta
No teu cravo tá teu sonho
Corre solto pela brenha
E vai atrás do teu sonho

Solto na palha da cana
Teu estalo vai correno
Um arco-íris no mato
No arrebol do sereno

Ô caboco, ô caboco,
Donde veio essa fulô?
Eu num sei se foi do céu
Só sei que deixô o amô!

1 Comments:

At domingo, 28 janeiro, 2007, Anonymous Anônimo said...

aee grande;
gostei, gostei!

"
O que foi que deu em tu
Pra ficá assim mofino?
Os teu zóio tão tremeno
Que nem fogo de traquino"


abraço!

 

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